Joaquim Paulo Serra é Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa e Mestre, Doutor e Agregado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior.
Nesta Universidade, é docente e investigador do Laboratório de Comunicação e Conteúdos On-line (LABCOM), integrando o Grupo de Investigação sobre Informação e Persuasão. Desempenha, actualmente, o cargo de Presidente da Faculdade de Artes e Letras.
É autor dos livros A Informação como Utopia (1998), Informação e Sentido (2003) e Manual de Teoria da Comunicação (2008), e co-organizador das obras Jornalismo Online (2003), Mundo Online da Vida (2003), Da comunicação da Fé à fé na Comunicação (2005), Ciências da Comunicação em Congresso na Covilhã (Actas, 2005), e Retórica e Mediatização (2008). Tem ensaios e artigos dispersos por várias outras obras colectivas e revistas. A sua investigação tem incidido, prioritariamente, nos processos de produção de sentido relativos à comunicação mediática, com especial ênfase na que se refere à Internet.
Resumo
Novos media e participação política
Qualquer que seja a nossa perspectiva sobre a democracia – liberal, republicana ou deliberativa -, é difícil não reconhecer que esta implica sempre uma ou outra forma de participação dos cidadãos. Nas sociedades mediatizadas, como é o caso das nossas, a participação política é indissociável dos meios de comunicação. Com os tradicionais meios de comunicação de massa, essa participação é limitada - em termos de protagonistas, de temas, de extensão. Com a Internet, esses limites à participação dos cidadãos são, pelo menos em potência, ultrapassados: todos e cada um podem falar, dos temas que quiserem, com a extensão que quiserem. No entanto, e como mostram vários estudos teóricos e/ou empíricos, essas potencialidades tecnológicas não são, na maior parte dos casos, aproveitadas pelos cidadãos e instituições. Esse desfasamento entre a disponibilização das tecnologias que permitem a participação política e a sua efectiva utilização tem a sua raiz em factores sociais e culturais sem cuja alteração ele não poderá ser reduzido. Para ilustramos esta tese, recorreremos aos dados resultantes quer de vários estudos internacionais, quer do estudo de alguns casos portugueses. Conclui-se, assim, que a questão do aumento da participação política dos cidadãos não é, na sua essência, uma questão tecnológica, mas política.
Palavras-chave: participação – política - Internet – factores sociais.
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