Licenciado em Comunicação Social pela Universidade da Beira Interior, Mestre em Comunicação e Jornalismo, pelo Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Pós-graduado em Gestão de Recursos Humanos, pelo Instituto Português de Marketing - IPAM. Doutorando em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior. Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, desde Outubro de 2005, tendo desenvolvido diferentes tarefas, de entre as quais se destacam: Edição e Coordenação do Boletim Informativo Municipal; Edição e Coordenação da Revista Municipal de Cultura; Concepção de estratégias de comunicação e marketing municipal .
Resumo
O processo deliberativo na edificação da Tecnopolis e da hospitalidade urbana A noção central desta apresentação procura exprimir a oportunidade da conciliação da Cidade com os seus cidadãos mediante o processo de deliberação apoiado em dispositivos on-line. Uma cidade que disponibiliza conteúdos e mecanismos de participação na Internet, uma cidade wireless, uma cidade informatizada, uma cidade digital, uma cidade que comunica em rede – a Tecnopolis, pode estar em melhores condições de reforçar os elos sociais, a inclusão social, a sua competitividade e contribuir para fazer renascer a hospitalidade urbana. A Cidade que souber dar uso devido às potencialidades das novas tecnologias adquire um incentivo privilegiado para reformar o sentido gregário que a une, para reencontrar os valores e os símbolos que a definem como comunidade, e para cimentar as identidades tradicionais, arquetípicas, e consolidar as culturas urbanas emergentes. O papel de um Município, representando a Cidade, na implementação de dispositivos e conteúdos na Rede pode significar a criação de uma infra-estrutura, de um equipamento de encontro da sua comunidade. Pode muito bem ser uma nova ágora, uma nova praça pública. O sítio do Município na Internet representará a downtown, uma nova baixa, em que se cumprem serviços, em que se produzem sociabilidades, em que nascem relações pessoais e sociais. A construção de um modelo participativo municipal na Internet pode obter benefícios na qualidade de vida e na atractividade da cidade, iguais, por exemplo, aos do enobrecimento físico de um bairro. Ou até acrescidos, considerando a dimensão territorial do seu objecto. Os benefícios advenientes da implementação de um modelo de participação cívica e política têm uma dimensão tangível, a que se concretiza visivelmente, e uma outra, com efeito no andar de cima do quotidiano: na vivência democrática hodierna. Na verdade, a forma como a governação municipal estabelece o exercício do poder, a elasticidade decisória que partilha, determina a abrangência deliberativa. E a dimensão e a qualidade da deliberação reflectem o alcance e a amplitude democrática de uma sociedade. Como diz Michael Schudson “a estrutura do Estado ajuda a configurar a estrutura da sociedade e o carácter de um povo”. Parece importante, por isso, revelar a importância das práticas de participação comunitária, projectadas ou implementadas por um Município, associando-se à revitalização da democracia, ao reforço da confiança da sociedade civil nos representantes políticos, bem como à renovação do interesse e do comprometimento dos cidadãos com as coisas e as causas da Cidade. Um outro aspecto, que se levará em linha de conta nesta intervenção, para concluir este resumo, é o de se entender que o processo deliberativo, enquanto social, requer, em qualquer escala, incluindo a municipal, um tempo de maturação e um modo pedagógico. Visto nas duas perspectivas: na do autor e na do utilizador. E, já agora, numa terceira: vista no prisma do investigador.
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